É considerado câncer ginecológico o de colo de útero, ovário, endométrio, vulva e vagina.
Silencioso e por vezes difícil de ser detectado, o câncer ginecológico acomete muita gente, por isso é importante se prevenir, mas principalmente saber identificá-lo para possibilitar maior eficiência no diagnóstico e no tratamento.
Embora não seja possível alterar alguns fatores de risco – por exemplo, o histórico familiar ou histórico genético – fatores como tabagismo ou excesso de peso podem afetar o risco de desenvolver câncer ginecológico, por isso é importante manter uma dieta saudável e fazer exercícios físicos regularmente.
Também é recomendável consulta médica, caso tenha algum familiar que teve câncer de útero, ovário ou de colo do útero.
Alguns cânceres ginecológicos podem apresentar sintomas logo no início da doença. Entre os sinais que devem ser observados estão:
- Dor pélvica ou pressão abaixo do umbigo.
- Inchaço abdominal e flatulência.
- Dores intensas e persistentes na parte inferior das costas.
- Sangramento vaginal anormal.
- Febre, com duração superior a 7 dias.
- Dores de estômago ou alterações intestinais.
- Perda de peso equivalente a 10 quilos ou mais, sem que esteja fazendo dieta.
- Anormalidades na vulva e na vagina, como feridas, bolhas ou alteração de cor.
- Alterações na mama, como dor, secreção, nódulos, vermelhidão ou inchaço.
- Fadiga, que, embora seja comum em diversas outras doenças, pode ser mais frequente nos casos de câncer em estágio avançado.
É importante lembrar que a presença de um ou mais sintomas não indica a presença da doença, mas precisa ser investigada.
CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
O câncer do colo do útero, também conhecido como câncer cervical é uma doença em que células malignas (câncer) se formam nos tecidos do colo do útero.
O colo do útero é a extremidade estreita e inferior do útero (o órgão oco em forma de pera onde o feto cresce). O colo do útero vai do útero à vagina (canal do parto).
O câncer cervical geralmente se desenvolve lentamente ao longo do tempo. Antes que o câncer apareça no colo do útero, as células do colo do útero passam por alterações conhecidas como displasia, nas quais células anormais começam a aparecer no tecido cervical. Com o tempo, as células anormais podem se tornar células cancerosas e começar a crescer e se espalhar mais profundamente no colo do útero e nas áreas adjacentes.
A infecção pelo papilomavírus humano (HPV) é o principal fator de risco para o câncer cervical. Apesar de frequente, a infecção não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, podem ocorrer alterações celulares que evoluem para o câncer. A boa notícia é que essas alterações podem facilmente ser descobertas no exame preventivo (Papanicolaou) e são curáveis em grande parte dos casos.
Geralmente não há sinais ou sintomas de câncer cervical inicial, mas pode ser detectado precocemente com exames regulares.
Os sinais e sintomas do câncer cervical incluem sangramento vaginal e dor pélvica.
A vacina é a principal forma de prevenção, e pode ajudar na prevenção de diversos outros tipos de câncer atribuídos à infecção por HPV como tumores de vulva e vagina.
Ao lado da vacinação, o rastreamento para identificar lesões precursoras segue como uma estratégia importante para o controle da doença.
O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico especialista. Entre os tratamentos para o câncer do colo do útero estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. O tipo de tratamento dependerá do estadiamento (estágio de evolução) da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos.
CÂNCER DE OVÁRIO
O câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero. Por não apresentar sintomas específicos na fase inicial, e por não existir um teste de rastreamento confiável torna-se o mais letal câncer ginecológico, estando todas as mulheres sob risco.
Ao contrário do câncer do colo do útero, o câncer de ovário é o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o de menor chance de cura. Assim como em outros tipos de câncer, a descoberta na fase inicial da doença contribui para o sucesso do tratamento. No entanto, cerca de 75% dos tumores apresentam-se em estágio avançado no momento do diagnóstico.
À medida que o tumor cresce, pode causar pressão, dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas; náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante.
Entre os fatores de risco que devem ser considerados estão idade superior a 40 anos, histórico familiar, não ter tido filhos ou ter sido mãe após os 30 anos. Mutações em genes, como BRCA1 e BRCA2, estão relacionadas a risco elevado de câncer de mama e de ovário. Excesso de peso corporalaumenta o risco de desenvolvimento deste câncer.
A doença pode ser tratada com cirurgia ou quimioterapia. A escolha vai depender, principalmente, do tipo histológico do tumor, do estadiamento (extensão da doença), da idade e das condições clínicas da paciente e se o tumor é inicial ou recorrente.
CÂNCER DE ENDOMÉTRIO
O câncer de endométrio é o tumor maligno se origina na face que reveste internamente o útero. Acomete principalmente mulheres após a menopausa, em geral acima dos 60 anos. Apenas 20%, ou menos, das mulheres com câncer de endométrio estão na fase de pré-menopausa. Menos de 5% estão abaixo dos 40 anos de idade.
O principal fator de risco para o câncer de endométrio é a exposição a longo prazo ao estrogênio, produzido pelo próprio organismo ou recebido em forma de terapia hormonal. Outros fatores de risco incluem menstruação precoce, menopausa tardia, nunca ter engravidado, idade avançada, terapia hormonal para câncer de mama e histórico familiar de câncer na região do útero. Mulheres obesas também são mais propensas a desenvolver carcinoma endometrial, possivelmente por apresentarem níveis elevados de estrogênio endógeno.
O sinal mais comum de câncer de endométrio é o sangramento vaginal fora do período menstrual. A presença de sangramento vaginal em mulheres após a menopausa, dor pélvica, cansaço, perda de peso e apetite devem são sinais e sintomas que embora não sejam, na maioria das vezes causados por câncer, devem ser investigados por um médico.
Diferentes tipos de tratamento estão disponíveis para pacientes com câncer de endométrio sendo os principais a cirurgia que remove o câncer por uma operação, a radioterapia e a quimioterapia.
CÂNCER DA VAGINA
O câncer de vagina é um tumor mais raro, mas a ocorrência pode estar associada ao HPV. Outros fatores de risco incluem histórico de lesões pré-cancerígenas (como neoplasia intraepitelial), antecedente de câncer cervical, pessoas cujas mães fizeram uso do dietilestilbestrol para prevenção de aborto durante a gestação, múltiplos parceiros sexuais, início da atividade sexual em idade precoce, pessoas imunossuprimidas, tabagistas e que estejam acima de 60 anos.
CÂNCER DA VULVA
O câncer de vulva também é bastante incomum, mas acomete predominantemente pessoas entre 65 e 70 anos, se apresentando como úlcera ou placa, normalmente se desenvolvendo de maneira lenta durante vários anos. Os fatores de risco ainda são desconhecidos, mas novamente o HPV é uma provável causa. Outros fatores identificados são pessoas imunossuprimidas, com histórico de lesões vulvares pré-cancerígenas ou lesões de pele envolvendo a vulva, pessoas que tiveram câncer cervical prévio, tabagismo e idade avançada. Vale prestar atenção a coceiras ou sensação de queimação na vulva, sangramento não relacionado à menstruação, alterações de cor na pele, nódulos, dor pélvica, dor ao urinar e desconforto durante relação sexual.